
TUDO ISSO PARA NADA
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TUDO ISSO PARA NADA
ANDRÉ FELIPE
MARÇO | 2025
ATÉ 12 DE ABRIL | 2025
O QUE SAIU NA MÍDIA
Em Tudo isso para nada, André Felipe conduz uma investigação visual que transita entre design gráfico, arte conceitual e abstração. A exposição reflete a maturidade do artista em sua produção recente, promovendo um diálogo provocativo entre forma e significado.
Aqui, a abstração se impõe como um ato de confronto. André desarticula signos e clichês da cultura visual contemporânea, extraindo-os de seus contextos para gerar reflexão e desconforto. O papel, com sua materialidade e fragilidade, assume o protagonismo, destacando sua fisicalidade em contraste com a imaterialidade digital.
O rigor tipográfico, os recortes horizontais e as cores chapadas compõem um vocabulário visual que parece buscar a essência do fazer artístico. Mas existe, de fato, uma essência única? Entre cortes e deslocamentos, o trabalho de André Felipe nos leva a questionar essa busca. Na tentativa de alcançar o absoluto, sua prática construtiva e desprovida de moralismo liberta a obra de qualquer narrativa, afirmando-a como uma entidade autônoma.
Na interseção entre linguagem, consumo e ideologia, o trabalho de André desafia as fronteiras entre arte e comunicação. Suas obras não apenas participam do debate contemporâneo, mas o ampliam, resgatando a carga subversiva da imagem, num gesto que ecoa práticas de apropriação, design gráfico comercial, e crítica institucional. Apropriando-se de signos da publicidade e da cultura visual de massa, suas obras desestabilizam discursos normativos ao esvaziá-los de suas funções originais, transformando-os em veículos de ironia, crítica e ressignificação.
Tudo isso para nada manifesta uma recusa ao utilitarismo do design comercial e à estética vazia. Ao prescindir de função ou mensagem direta, as obras devolvem à arte sua força como ato político e social, emergindo da tensão entre forma e conceito, o belo e o nada.
O que resta da imagem quando removemos sua função comercial? André Felipe apresenta esse questionamento com autoridade.
Eduardo Saretta











